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Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil
Por Breno Procópio
"Uma fagulha pode incendiar uma pradaria”. As palavras de Mao TseTung, parafraseadas por Carlos Vainer, simbolizam bem a explosão que tomou conta das ruas do Brasil com as chamadas Jornadas de Junho. A fagulha foi a mobilização contra o aumento da tarifa nos transportes públicos convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL). A partir da luta por essa pauta específica – e diante do endurecimento das forças coercitivas do Estado – milhares de manifestantes tomaram as ruas de várias cidades brasileiras fazendo emergir uma infinidade de agendas mal resolvidas, contradições e paradoxos. A questão que se seguiu foi de interpretação. Diante do Brasil do crescimento econômico, da ascensão de uma nova classe média e do país-sede dos grandes eventos esportivos internacionais (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos), como entender esse explosivo estado de inquietação social?
Com esse propósito foi lançado Cidades rebeldes: passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil (Boitempo Editorial). Trata-se do primeiro livro impresso inspirado nos megaprotestos cujo objetivo é analisar as causas e consequências desse acontecimento marcante para a democracia brasileira. Escrito e editado no calor da hora, “Cidades rebeldes” é um livro intervenção, que traz perspectivas variadas sobre as manifestações, a questão urbana, a democracia, a mídia.